terça-feira, 25 de março de 2014

Texto : "Cursos eróticos ensinam striptease, sexo oral e muito mais... "

Dizem que sexo é algo que, naturalmente, todo mundo sabe fazer. 

 


Porém, o aumento da oferta de cursos que prometem ensinar as mais variadas técnicas sexuais indica que esse conhecimento talvez não seja tão instintivo para todos.

Existem opções para aprender desde o bê-a-bá até aulas para virar um "sexpert". Striptease, massagem sensual, massagem tântrica, pompoarismo, danças eróticas no colo (lap dance), na barra (pole dance), na cadeira (chair dance) e até no solo (floor work) e na parede são alguns dos temas explorados.

Mais recentemente, surgiu um curso de sexo oral, inspirado em uma iniciativa que aconteceu na Rússia, com direito a aulas teóricas e práticas, além de uma apostila de treinamento. O curso foi ministrado em novembro para 50 mulheres de Salvador (BA) pela empresa Mundo da Intimidade, da jornalista e mestranda em Educação Sexual Aline Castelo Branco, que pretende levar o programa para São Paulo e Rio de Janeiro em 2014.

"Adaptamos o curso da Rússia para o nosso público, que é bem mais conservador, principalmente no Nordeste. A ideia foi trazer orientação. Ninguém nasce sabendo fazer sexo. A primeira vez é sempre muito difícil. Sexo também se aprende, como se fosse uma disciplina escolar", afirma Aline.

MULHER PRECISA DE PRELIMINARES SEMPRE? Não é bem assim, segundo a ginecologista Carolina Ambrogini, coordenadora do Projeto Afrodite do Ambulatório de Sexualidade Feminina da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). "Se ela já estiver excitada, por exemplo, após ver um filme erótico, com muita saudade do namorado ou com alguma fantasia de transar em um local diferente, uma rapidinha pode cair muito bem", diz a especialista Didi Cunha/UOL
Para a ginecologista e sexóloga Karla Kalil, uma das especialistas que ministrou o curso, o objetivo principal foi promover a educação sexual, atendendo a uma demanda existente entre o público feminino.

"Como a mulher deixou de ser reprimida e passou a ser ativa, surgem muitas dúvidas, mas ela não tem a quem perguntar. E o ginecologista nem sempre está acostumado com essas questões", afirma a médica.
Maratonas sexuais e reciclagem
O público dos cursos de técnicas sexuais costuma ser predominantemente feminino. O serviço de sex coach, uma espécie de consultoria, também atrai casais. Segundo Tarciana Chuvas, que se denomina educadora sexual, consultora de artes sensuais, striptóloga e sex coach, 80% dos participantes de seus cursos e palestras são mulheres.

"Antigamente, meu público era de mulheres casadas entre 25 e 40 anos. Hoje, cresce a procura entre senhoras acima de 60 anos. Algumas descobriram sua sexualidade depois de ficarem viúvas", conta Tarciana.

Entre os cursos mais requisitados para a sex coach, moradora de Teresina (PI), estão as maratonas sexuais, que incluem o aprendizado de várias técnicas, como massagem, pompoarismo e striptease. E Tarciana realiza palestras em empresas para "aumentar a produtividade pela sexualidade satisfatória".

Apesar dos macetes que ensina, graças aos estudos e pesquisas informais que faz há 17 anos, além dos cursos que frequenta no Brasil e no exterior, Tarciana diz que a prioridade do seu trabalho é aumentar e recuperar a autoestima das alunas. "Não se ensina um strip a uma mulher que não se enxerga capaz", justifica.

Para Fernanda Pauliv, que se intitula especialista nas artes da paixão, além da autoestima, o importante também é proporcionar uma forma de reciclagem sexual às participantes, sempre em busca de novidades.

"As mulheres que procuram o curso 'como se tornar uma sexpert', geralmente, são mais velhas, já sabem beijar, fazer sexo oral, mas querem algo diferente, querem melhorar", explica.

Em Curitiba (PR), cidade onde reside, as palestras mensais de Fernanda costumam lotar um teatro de 150 lugares, segundo ela.

A maioria das participantes vai pela indicação de amigas. Os temas relacionados às dicas sexuais, como "100 hot dicas", atraem o público feminino mais jovem que busca sugestões para "manter a paixão sempre acesa", diz ela.

Fernanda Pauliv já tentou trabalhar com o público masculino, mas desistiu. A especialista autodidata, que há 11 anos trocou uma carreira na área de Publicidade para se dedicar à atividade atual, diz que é difícil fazer um trabalho sério com os homens, pois eles esperam por sacanagem. "E eles sempre acham que não precisam aprender nada".

A sexóloga Karla Kalil compartilha da mesma opinião. "Infelizmente, a maioria dos homens acha que é expert na cama". Karla também destaca que muitas vezes eles têm vergonha de admitir que não sabem fazer algo.

A partir do próximo ano, a Mundo da Intimidade pretende oferecer programações para o público homossexual, que protestou contra a exclusividade do curso de sexo oral para mulheres em Salvador, e para casais.

Sexo padronizado
Os preços dos cursos variam muito: custam de R$ 60 a R$ 500, dependendo da quantidade de horas de programação e dos profissionais envolvidos.

A psicóloga Maria do Carmo de Andrade Silva, presidente da Sbrash (Sociedade Brasileira de Estudos em Sexualidade Humana), também livre docente em Sexualidade Humana, alerta aos interessados nesse tipo de aprendizado que é importante escolher com cuidado o professor, avaliando sua capacidade para tratar do tema.

"A sexualidade é muito ampla, envolve valores culturais, étnicos, religiosos, de subgrupos, diferentes para cada um. O profissional que trabalha com sexualidade tem que ter muito claro que não é algo exato, que todas as pessoas praticam da mesma forma, senão fica muito padronizado".

Nos tempos de internet, há muitas informações disponíveis sobre todos os assuntos, inclusive sexo. Mesmo assim, o mercado dos cursos sexuais parece aumentar. Para a sexóloga, isso denota que ter acesso ao conteúdo não basta para modificar comportamentos.

"Para questões que envolvem emoções, não adianta só a informação, é preciso perceber o que está por trás de inibições e dificuldades", explica Maria do Carmo.


A presidente da Sbrash também desmistifica a ideia de que o sexo é um conhecimento nato. "O sexo não é instintivo nos seres humanos há muitos anos".

A maneira com que cada um exerce sua sexualidade, segundo a psicóloga, está relacionada a interferências sociais, culturais e do ambiente em que se vive. A busca das mulheres por mais prazer e também a pressão em agradar os parceiros, por exemplo, são reflexos do momento atual, após décadas de repressão.
 
 
 

Texto : "7 filmes eróticos para ver a dois "

Precisa apimentar a relação? Veja 7 filmes eróticos para ver a dois



É verdade: os vídeos pornográficos também agradam as mulheres. As cenas de erotismo, regadas a desejo e paixão, são uma ótima forma de acender a vida do casal.

Se você busca apimentar a relação, confira uma lista de 7 filmes que devem ser vistos a dois.

1. Infidelidade (2002)
Este filme conta a história de uma mulher, Constance, que decide ser infiel com o esposo. As cenas ‘calientes’ aparecem em muitos momentos. A paixão, o desejo e a tragédia combinam muito bem.
 
2. Amigos com benefícios (2011)
Nesta popular comédia romântica, protagonizada por Mila Kunis e Justin Timberlake, aparecem imagens com carga sexual poderosa, além de encontros íntimos divertidos entre os dois amigos. A relação é estritamente física, sem compromisso.

3. Segredos íntimos (2006)
Um drama baseado em um romance do mesmo nome, que trata de uma mãe insatisfeita sexualmente com seu marido. Ele, por sua vez, é obcecado por pornografia e encontra uma segunda oportunidade em uma relação proibida. Uma das cenas mais eróticas acontece quando a protagonista, Sarah, tem uma relação sexual no banheiro, com um homem que conheceu no parque.

4. A secretária (2002)
Um filme para casais de mete aberta, pois contém cenas de sadomasoquismo.
5. Jogos selvagens (1998)
Um filme perturbador, baseado na história de uma menina apaixonada por um homem que deseja fazer um ménage à trois. Uma das partes mais impactantes deste filme é uma cena lésbica.
 


6. A insustentável leveza do ser (1988)
O filme é baseado em um livro que trata da crise existencial de um homem em torno do seu casamento. Os conflitos sexuais e afetivos tomam conta do longa. Além disso, também conta com cenas quentes de um médico tcheco dividido entre o amor explosivo de duas mulheres.
 
7. E sua mãe também (2001)
O filme mexicano é um relato erótico de despertar sexual, carregado de cenas de muito sexo e sem complexos. O ator Diego Luna tem uma cena muito quente com Ana López Mercado.

 
 
 
PS. Não há link para o filme nº5

Texto : "Lubrificantes protegem contra feridas e fissuras nos órgãos sexuais"

Tire suas dúvidas sobre o produto e como usá-lo corretamente

Por Carolina Serpejante


Considerado por muitos apenas um acessório sexual, os lubrificantes na verdade tem funções que vão além de apimentar as relações. Para algumas pessoas, esse produto ajuda a tornar o doloroso mais prazeroso, fora tornar o sexo mais seguro e protegido de feridas na área genital. Existem diversos tipos de lubrificantes e ressalvas que devem ser levadas em conta no momento de utilizá-lo. Você conhece todos os cuidados? Confira:
 
 
           
mulher com lubrificante na mão - Foto: Getty Images

Prefira aqueles à base de água

Existem quatro tipos de lubrificantes: os formulados com substâncias solúveis em água, que normalmente são mais fáceis de limpar; os derivados de petróleo, como a vaselina, que costumam sujar o corpo e as roupas; os produtos a base de silicone, similares aos de água, porém a prova d'água; e os óleos naturais, que também sujam as roupas.
Segundo os especialistas, o melhor lubrificante é aquele a base de água, uma vez que as chances de causar alguma alergia são muito pequenas, além de facilitar a limpeza. É importante também levar em conta o tipo de preservativo e o tipo de lubrificante que você usa. "Aqueles a base de óleos ou vaselina podem fragilizar o látex da camisinha masculina, comprometendo sua eficácia", afirma o urologista José de Ribamar Rodrigues Calixto, diretor da Sociedade Brasileira de Urologia. Se você tiver dúvidas busque essas informações no rótulo, ele dirá qual a base do produto e também se ele contém outras substâncias, para dar sabor ou odores ao lubrificante, por exemplo.
adolescente e idoso - Foto: Getty Images

Para todas as idades

"Não há uma idade mínima para se começar a usar o lubrificante, basta ter iniciado atividade sexual", afirma o urologista José. Entretanto, para as mulheres, em algumas faixas etárias ele pode se fazer mais necessário. "Após a entrada na menopausa, a vagina fica mais ressecada, principalmente nas mulheres que não utilizam hormônios, podendo causar incômodo e até mesmo dor durante a relação sexual", afirma a ginecologista Daniela Gouveia, ginecologista e obstetra da clínica VIVID. Mas mesmo as mulheres jovens podem demorar um pouco mais para ficarem lubrificadas durante as preliminares, e o lubrificante tem um papel muito importante nestes casos, facilitando o ato sexual.

No caso do sexo anal, o lubrificante se faz necessário em todas as faixas etárias e em todas as relações sexuais, para evitar dor, desconforto e diminuir o risco de fissuras anais.
casal na cama - Foto: Getty Images

Como aplicar

Algumas pessoas podem ter dúvidas sobre o órgão ou instrumento no qual o lubrificante deve ser aplicado - se no ativo ou passivo. Os especialistas explicam que não tem diferença, ele pode ser aplicado tanto no pênis ou vibrador/dildo, como também na vagina ou ânus. "O importante é lubrificar bem o local de contato", diz a ginecologista Daniela. Segundo Rita, a quantidade de lubrificante a ser utilizado corresponde a ponta de um dedo, o suficiente para fazer uma camada fina em volta da camisinha ou para cobrir toda a região externa do ânus ou vagina.
camisinhas - Foto: Getty Images

Posso usar na primeira vez?

Caso a relação seja anal, o ideal é usar sim, a fim de minimizar a dor e o risco de feridas na região, uma vez que ela não tem lubrificação natural. Em relações vaginais, explica a ginecologista Rita, pode ser que o lubrificante atrapalhe um pouco a penetração e até o rompimento do hímen - mas isso varia conforme o caso. "Algumas pessoas ficam inibidas em falar com seus parceiros ou parceiras que estão com pouca lubrificação ou sentindo dor, e acabam por não ter prazer na relação", alerta a ginecologista Daniela. Dessa forma, converse com seu parceiro ou parceira, certifique-se de que todos estão confortáveis com aquela relação e então discutam a necessidade do lubrificante.
médico - Foto: Getty Images

Fique atento às alergias

É muito difícil os lubrificantes à base de água causarem alguma reação alérgica. Caso você esteja usando o produto de outra procedência, fique atento a sinais como vermelhidão, ardência ou coceira. "Aqueles que possuem colorações ou fragrâncias também podem causar alergias, mesmo sendo à base de água", afirma a ginecologista Rita. Se isso acontecer, lave imediatamente a área com um sabonete neutro e não utilize o produto novamente. Não havendo melhora do quadro ou complicações como inchaços e focos alérgicos em outras partes do corpo, procure um médico.
quatro pés na cama - Foto: Getty Images

Vale só para o sexo anal?

O lubrificante é essencial para as relações anais, uma vez que a região não tem lubrificação própria. Entretanto, ele também pode - e deve - utilizado por mulheres em relações vaginais quando necessário. "O sexo nunca deve ser sinônimo de dores ou incômodo, e o lubrificante é um coadjuvante nesse cenário", afirma a ginecologista Rita Géssia Patriani Rodrigues, do Hospital São Luiz Itaim, em São Paulo.

Inclusive, no caso do sexo vaginal pode existir uma condição que impede a mulher de lubrificar corretamente. Isso acontece por diversos fatores. "Um deles é a baixa produção do hormônio estrogênio, que acontece em decorrência do climatério, impactando também na lubrificação da mulher", afirma a ginecologista Paula Marcovici, de São Paulo. Mulheres que estão amamentando também podem apresentar secura vaginal e perda de libido - e o responsável nesse caso é o hormônio prolactina, que favorece a produção de leite. "A falta de lubrificação pela ação da prolactina pode vir acompanhada de desconforto durante o ato sexual, como dores e ardências", ressalta Paula. Além disso, a secura vaginal pode ter um fundo psicológico, relacionado à falta de interesse sexual. Na dúvida, a mulher deve verificar com seu médico ginecologista se existe algum problema de lubrificação e não deixar de usar os lubrificantes.
 
absorvente interno - Foto: Getty Images

Durante a menstruação

Os lubrificantes podem ser usados sem nenhum problema durante a menstruação. "No entanto, geralmente ele não é necessário, uma vez que o sangue por si funciona como lubrificação para o sexo vaginal", explica a ginecologista Rita. No caso do sexo anal, pode ser que ele ainda seja necessário. Caso utilize o produto, não há nenhum cuidado especial além da boa higiene do local após o ato sexual, afirmam as ginecologistas.
mulher tomando banho - Foto: Getty Images

Higienize após o ato

Não precisa se desesperar e sair correndo para o banheiro após o sexo - entretanto, higienizar o órgão sexual depois do ato ajuda a evitar principalmente infeções causadas por fungos, como a candidíase. "Lavar-se após a relação sexual também ajuda a remover resíduos de fluído corporal, da camisinha e o lubrificante", afirma o urologista José. Essa combinação de resíduos e lubrificante é rica em substâncias que servem como meio de cultura para bactérias e fungos.
mulher com creme nas mãos - Foto: Getty Images

Perigo das misturas caseiras

Os especialistas são unânimes: não utilize outros tipos de cosméticos para lubrificação da área íntima. "Muitas vezes esses produtos, como hidratantes ou condicionadores, possuem algum veículo alcoólico e pode causar uma alergia", diz a ginecologista Rita. Além das irritações, o uso desses cosméticos pode causar corrosões e úlceras na pele, gerando dor e podendo evoluir para inflamações. "Evite também o uso de produtos com anestésicos que prometem tirar a dor, pois anestesiando o local o risco de traumas é maior, já que a sensação de incômodo será diminuída no momento da prática", explica o urologista José.

Quanto ao uso de alimentos durante o sexo, os especialistas afirmam que vai do fetiche de cada um, basta não se esquecer da higienização e evitar o contato da comida com áreas internas dos órgãos, prevenindo assim uma infecção. "O cuidado fica principalmente para produtos a base de álcool."

terça-feira, 4 de março de 2014

Texto : "Casamento sem sexo é coisa antiga, mas reclamar disso é novidade "

Ninguém gosta muito de admitir, mas a falta de sexo é um problema comum no casamento. 



A excitação do início do relacionamento vai se perdendo com o passar do tempo e com o aumento das responsabilidades cotidianas.

O sexo deixa de ser prioridade até simplesmente se tornar um evento raro na vida de alguns casais. Não é possível saber com exatidão quantos vivem um casamento sem sexo no Brasil, entretanto, um estudo realizado pelo Ministério da Saúde, em 2008, revelou que 11% das pessoas que mantinham um relacionamento estável não haviam tido relações sexuais no período de um ano.

Para os especialistas norte-americanos, um casamento sem sexo é aquele em que o casal não tem mais do que dez relações por ano, um pouco menos do que uma transa por mês. Se esse parâmetro for levado em consideração, o relacionamento do segurança Vinícius*, 28 anos, que mora em Santos (SP), encaixa-se nessa definição.

Casado há oito anos e pai de uma menina de três, ele diz que faz sexo com a mulher a cada dois meses, isso "se insistir muito", senão acaba ficando até mais tempo sem contato sexual. Ele conta que a relação começou a esfriar há uns quatro anos, quando a mulher simplesmente perdeu a vontade.

"Já fiz praticamente tudo, já tentei de músicas e dancinhas ridículas até jantares românticos e presentes, mas a resposta é sempre 'não'", relata. Apesar disso, Vinícius não pensa em se separar, pois acredita que o amor compensa a falta de sexo, porém, continua com a esperança que um dia a situação mude.

Para a psicóloga e sexóloga Sheila Reis, diretora de relacionamento da Sociedade Brasileira de Estudos em Sexualidade Humana, a ausência ou baixa frequência de relações sexuais em um casamento só pode ser considerada como problema se um dos cônjuges não estiver satisfeito. "Quem estabelece o ritmo é o próprio casal".

Sheila enfatiza que não existe uma frequência normal ou ideal, o importante é que o sexo seja satisfatório e prazeroso para os dois. A psicóloga também chama a atenção para a influência dos veículos de comunicação na vida entre os lençóis, que às vezes propaga padrões sexuais que não se aplicam a todo mundo. "Casais que não tinham problemas acabam achando que têm porque ficam se comparando a outros".
Transando pouco ou muito, as pessoas sempre reclamam. Segundo Bianca Soeiro Beleosoff, que mantém com o marido o blog "Mete a Colher", em que opinam sobre a vida amorosa alheia, a maior queixa dos leitores é a falta de sexo. "Tem tanto aquele que transa apenas duas vezes por mês e reclama quanto o outro que faz três ou quatro vezes por semana e se queixa dizendo que é pouco", conta Bianca, acrescentando que a insatisfação não é apenas dos homens.

A blogueira diz que a maioria alega que, com o tempo, o relacionamento esfriou. "Parece que muitas pessoas ainda não entenderam que o início é um momento único. Acham que se não sentem mais aquele fogo e frio na barriga significa que o amor e o desejo acabaram", reflete.

Esfriou, e agora?
A sexóloga Sheila Reis concorda que a fantasia de que tudo será mágico, como no começo da relação ou nas novelas, atrapalha os relacionamentos longos. "Depois de um tempo, o sexo é diferente. Não significa que seja pior. O legal é descobrir que no casamento ele pode vir a qualquer hora, a qualquer momento".

Para a psicóloga e terapeuta sexual belga Esther Perel, autora do livro "Sexo no Cativeiro" (Editora Objetiva), traduzido para 25 idiomas, a crise que muitos casais estão vivendo advém das expectativas do amor no mundo moderno. "É a primeira vez na história que nós estamos tentando criar relações duradouras que também tenham paixão. Conectamos a felicidade do casamento com a satisfação sexual. No passado, isso não era algo que determinava a qualidade do casamento".

Os casais querem amor e desejo, entretanto, o que mantém um apaga o outro. O amor pede estabilidade, segurança e previsibilidade, já o desejo arde mais quando existe mistério, aventura e novidade. "O que precisamos emocionalmente não é a mesma coisa que nos excita sexualmente", diz Esther Perel.
Como é possível resolver esse dilema? A terapeuta afirma que é preciso criar espaço na relação para manter uma certa intensidade erótica, por meio da imaginação, brincadeira e curiosidade pelo outro, que não pode perder seu caráter individual. "Equilibrar estabilidade e aventura em uma relação talvez não seja um problema que se resolva, mas que se administre".

Sheila Reis diz que o segredo é  um velho conhecido: o diálogo. Mesmo estando em um relacionamento há anos, segundo a sexóloga, muitas pessoas ainda não conseguem expor suas necessidades e seus desejos por medo do que o outro vai pensar. "O diálogo aberto, sem receio ou vergonha, corresponde a 90% de qualquer tratamento".